segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Dom da Fé


Dom da Fé: a Deus nada é impossível

A fé é o dom que recebemos no batismo. Ele vai acrescentando em nós, a ponto de se tornar uma fé operativa. Não a fé intelectual: "Eu acredito que Jesus pode curar", e só. Não; de tal maneira estou convencido do poder curador do Senhor, que minha fé me leva a ser instrumento dele.
Tudo isso depende de estarmos no Espírito Santo e permanecermos Nele.
Se pego um copo e ponho nele água, um pouco de azeite, uma rolhinha e um pavio, terei feito uma lamparina de azeite. Se eu pegar só o pavio e lhe puser fogo, em poucos segundos o pavio se consumirá. Mas, deixando o pavio embebido no azeite e acendendo-o, ele ficará horas e horas iluminando. E enquanto ele estiver embebido no azeite estará produzindo luz e calor. Conosco é a mesma coisa: tudo depende de permanecermos embebidos no Espírito. E então Ele, que tem todos os dons, manifesta-se em nós conforme a necessidade.
Leia a Palavra:

"Quando eles chegaram perto da multidão, um homem aproximou-se dele e lhe disse, caindo de joelhos: 'Senhor, tem piedade de meu filho: ele é lunático e sofre muito; cai muitas vezes no fogo ou na água. Embora eu o tenha trazido a teus discípulos, ele não o puderam curar'. Tomando a palavra, Jesus disse: 'Geração incrédula e transviada, até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui'. Jesus ameaçou o demônio, que saiu do menino, e este ficou curado desde aquela hora. Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, disseram-lhe em particular: 'E nós, por que não conseguimos expulsá-lo?' Ele lhes disse: 'Por causa da pobreza de vossa fé. Pois, em verdade, eu vos digo, se um dia tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direi a esta montanha: 'Passa daqui para acolá'; e ela passará. Nada vos será impossível'" (Mateus 17,14-20).


Ore agora:
Tua Palavra é santa, Senhor. Tua Palavra é a verdade. Eu quero acolher, viver esta Verdade. Acolho, agora, a Tua Palavra. A Tua Palavra é a Verdade. A Verdade está aqui!
Eu quero viver esta Tua Palavra AGORA.

Na Bíblia, o episódio que acabamos de ler vem logo depois da transfiguração. Jesus vai para o alto do monte, e lá se transfigura diante de Pedro, Tiago e João. Quando ele desce, encontra esta situação: os apóstolos tinham recebido aquele pai, e não conseguiram fazer nada pelo filho dele. Jesus expulsou o demônio, o menino ficou curado e Jesus o devolveu ao pai.
Segue-se então a parte mais importante do Evangelho, no v. 19: "Então os discípulos disseram-lhe em particular: 'Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?' Ele lhes disse: 'Por causa da pobreza de vossa fé'" (Mt 17,20a).
Que é isso! Os apóstolos não tinham fé?
Nós dizemos: "Claro que tinham!" Eles acreditavam em Jesus, acreditavam que ele era o Filho de Deus, acreditavam que Jesus curava, acreditavam que ele expulsava o demônio. Eles acreditavam que o poder de Deus estava em Jesus. Acreditavam que Deus os estava usando. Prova disso é que foram à frente de Jesus, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, pregando, curando e vendo curas acontecerem.
Eles viram! Portanto, acreditavam. Porém, diante daquela situação, diante do menino naquele estado, não acreditaram. Eles se julgaram muito pequenos para aquilo e Jesus foi claro: "Por causa da pobreza de vossa fé".
E Jesus continua:

"Em verdade, eu vos digo: se um dia tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: passa daqui para acolá e ela passará. Nada vos será impossível" (Mt 17,20b).

Jesus nem está exigindo uma grande fé, uma fé da altura de uma montanha. Basta que tenhamos fé do tamanho de um grão de mostarda e que nos valhamos dela.
Eis o que importa: temos acreditado em Jesus, no poder de Jesus; mas, infelizmente não cremos que Deus quer curar as pessoas que se apresentam diante de nós, que o Senhor quer tocar as pessoas, convertê-las, por intermédio de nós, do nosso ministério, da nossa oração.
O Senhor quer reverter essa situação e nos convencer. Basta que tenhamos uma fé do tamanho de um grão de mostrada.
Quando Jesus diz que podemos remover uma montanha, Ele se refere a algo impossível. E a certeza de fé não é grande, é uma certeza muito sutil. Mas você percebe que ela vem de Deus! E é por isso que você precisa agarrar-se à certeza da fé, e ir por ela, e fazer as obras de fé. Deus está querendo isso de você.
É importante acreditar e começar a realizar aquilo que a Palavra diz:

"Recordo-te que tens de reativar o dom de Deus que está em ti" (2Tm 1,6).

O dom de Deus está em nós. Quando Deus derrama o Espírito Santo, derrama-o por meio de dons.
"Não há batismo no Espírito sem dons" (D. Terra). Há na Igreja até quem aceite o derramamento do Espírito Santo: eu sei que há padres e bispos aceitando o derramamento do Espírito Santo, sem aceitar os dons.
Fique claro que o derramamento do Espírito Santo vem com os dons, e não há derramamento do Espírito Santo sem os dons.
Usar os dons do Espírito Santo não faz de você melhor do que ninguém. Você é simplesmente filho de Deus. Eu recebi o Espírito Santo, e com o Espírito Santo, eu recebi o dom da fé; e o dom da fé, embora pequenininho como um grão de mostarda, está operando em mim. E eu quero agir de acordo com a fé que Deus me deu.

Você pode rezar assim:
O carisma de Deus está em mim! O Senhor quer que eu reinflame o dom que está em mim, e aja de acordo com a fé. A minha fé é do tamanho de um grão de mostarda, mas preciso usá-la, levando o carisma de Deus aos meus irmãos. Sou apenas um mensageiro. Levo o carisma de Deus aos meus irmãos, e Deus opera neles: mas esse trabalho de portador do carisma de Deus eu preciso fazer, e eu vou fazer, pela graça de Deus. Eu quero reinflamar em mim o carisma de Deus que está depositado por Deus no meu coração...
Vinde, Espírito Santo... eu quero o Espírito Santo. Eu sei que o seu amor já foi derramado sobre mim, mas hoje, Espírito Santo, reinflama o carisma de Deus que está em mim. Eu quero usar o carisma de Deus. Usar de acordo com a minha fé. Vem, Espírito Santo! Sim, eu quero reinflamar o dom de Deus que está em mim, que foi colocado em mim e que hoje o Senhor manda-me usar. Eu vou usar. Meu Senhor e meu Deus! Amém!

Dom dos Milagres

Dom dos Milagres

Ligado à cura está o dom dos milagres. Certas curas são verdadeiros milagres: acontecem imediatamente de maneira extraordinária. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Além dos milagres no campo da cura, há muitos milagres que o Senhor faz em muitos outros campos da nossa vida.
Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível acontece.
Tenha fé! O senhor pode tudo no campo das finanças, no campo da libertação de vícios, da libertação da prostituição, do adultério. Também no campo da conversão de pessoas que recusam Deus. Ele portanto está disposto, hoje, a fazer milagres; basta que acreditemos.
Além da cura, Deus quer fazer milagres em nossa vida. Os santos de que fala o Evangelho foram homens repletos do Espírito, banhados em fé, e por esse motivo se manifestaram em suas vidas. A fé está sendo suscitada, e quando temos um povo que acredita, que crê na força do Espírito, os milagres de Deus começam a acontecer no meio de nós.

Dom de Cura / Cura Interior

Dom de Cura

Não somos nós que curamos; é Jesus. Cheio do Espírito Santo, Jesus saiu por todas as partes curando. Da mesma forma, o Espírito quer se manifestar em nós - que somos membros do Corpo de Cristo; as mãos, os pés do Corpo místico de Cristo -, levando cura àqueles que dela precisam.
Geralmente pensamos que a cura seja uma coisa extraordinária. Não. Para o povo cristão, a cura que vem por meio de Jesus é algo normal, ordinário. O problema é que a nossa fé foi esfriando. Se o Senhor não tem feito curas, milagres, prodígios, sinais no meio do seu povo, é porque o povo não tem acreditado. De nada adianta o médico dar um bom remédio ao doente, se depois ele chega em casa e faz o contrário do que foi indicado: não pode beber e bebe; não pode fumar e fuma; não pode fazer esforço e sai por aí praticando esporte; não pode tomar sereno e não somente toma sereno como até chuva, e se joga na piscina... É claro que assim não adianta nada o médico ter dado o remédio. O mesmo ocorre com o Senhor. Ele está querendo curar seu povo, mas seu povo infelizmente é rebelde; faz tudo contra Suas leis e mandamentos; e assim se perde pelos descaminhos da vida. A coisa mais importante para sermos curados pelo Senhor e conservados em plenitude de saúde é andar nos seus caminhos.
Grande parte das nossas doenças são chamadas psicossomáticas; são conseqüência de preocupação, ansiedade, angústia, ressentimento, rancor... causam problemas de estômago, vesícula, rim, coluna, dor de cabeça, problemas respiratórios, pressão alta, baixa... São conseqüência de nossos erros e, em profundidade, conseqüência de nossa vida desviada dos caminhos do Senhor.
O dom de cura e o dom da fé estão ligados. Porque acreditamos, oramos pelas pessoas, como Jesus mandou: "Em qualquer casa onde entrardes, dizei: Paz a esta casa. Se ali houver algum doente, orai por este doente. Recebestes de graça, de graça dai" (...) E o Senhor garante: "E a oração da fé salvará o enfermo. E o Senhor o levantará".
Jesus não apenas mandou fazer, mas deu o exemplo. Os apóstolos viam Jesus fazendo constantemente isso.
Quando ele chegou à casa de Pedro, viu que a sogra de Pedro estava doente, com uma febre altíssima. Jesus orou por ela, orou com expectativa, e a cura aconteceu. Era assim constantemente, e os apóstolos aprenderam. Quando foram mandados dois a dois, ao voltarem, contaram as maravilhas que o Senhor realizara.
Faça isso: comece a orar pelas pessoas, para que sejam curadas. Não espere juntar uma platéia para começar. Comece em casa. Em geral, é mais fácil começar pelas crianças. Crianças são muito sensíveis, não têm pecado, nem barreiras. A cura acontece muito facilmente nelas. Você vai crescer na fé, orando e vendo a cura se realizar; vai acreditar ao ver que o Senhor cura por meio de nós. O Senhor quer que você acredite nisso. Não é você que vai curar. Porque o próprio dom de curar as doenças vem do Espírito Santo.
É o Espírito que cura; nós somos apenas seus instrumentos.
Então, não tenha receio; comece orando por suas crianças, em casa. Por que não rezar o marido pela mulher e a mulher pelo marido, para serem ambos curados? Dormem juntos; por que não rezar um pelo outro? Não é preciso se envergonhar. O casal deve rezar; e assim, o Senhor fará maravilhas. Quando houver vizinhos doentes, vá visitá-los. Quando as coisas são feitas com simplicidade, funcionam. Ore com simplicidade e expectativa.
Tudo se faz em oração. É a oração que leva à cura. Baseado em S. Paulo, D. João Evangelista Martins Terra explica que "cada cura é um carisma especial": Jesus, porque ama aquela pessoa, derrama o Seu Espírito sobre ela, dá um carisma especial, para que aquela pessoa seja curada.
Aja de acordo com sua fé. Ela será sempre do tamanho de um grão de mostarda: mas, uma vez que Deus lhe deu a fé, aja de acordo com ela; vá a Jesus, receba de Jesus o carisma e leve-o a quem dele precisa. Faça isso, e assegure à pessoa que estiver doente que o Senhor quer curá-la.
Quando acreditamos, o impossível acontece. Não basta que eu acredite; estou pedindo a Deus que você acredite, que lhe seja concedida a certeza da fé, e que você aja de acordo com a fé, porque para Deus nada é impossível. O Senhor quer hoje que nós, por meio dos dons, dos carismas, sejamos os portadores da cura de Deus.

Obrigado, Senhor nosso Deus! Muito obrigado por tudo o que o Senhor faz, por tudo que o Senhor realiza. Amém!



Cura Interior

O dom da fé é o que leva em suas engrenagens o dom as cura e o dom dos milagres. Além da cura física - coisa muito bela -, promove cura interior, a cura do coração, da alma, dos sentimentos.
Nem imaginamos o quanto a vida nos fere! Por isso é lindo que haja a cura interior, além da física. O Senhor quer que nos abramos ao dom de orar pela cura interior das pessoas. Você pode estar pensando: "Mas como é que vou orar?"... pedindo pela pessoa, rogando por ela. Pe. Alírio Pedrini, SCJ, tem excelentes livros sobre a cura interior. No Brasil, é ele quem mais e melhor descreve a esse respeito. Em seus livros você vai encontrar orientações excelentes1.
Quem se sente chamado ao ministério de cura do coração sabe de sua importância. Muita gente gostaria de progredir na vida espiritual e não consegue, por causa dos traumas, dos bloqueios, das feridas, das marcas do próprio passado.
A primeira vez que rezaram pela minha cura interior foi quando o Pe. Robert DeGrandis, SSJ, veio ao Brasil e reuniu apenas alguns líderes da Renovação. Ele trouxe um casal consigo, enquanto nos ministrava aquele seminário de dons, o casal que o acompanhava rezava pela cura interior dos participantes do seminário. Eles começaram a orar por nós; e era tanto o trabalho que o casal teve de orar separadamente. O marido rezava por uns e a mulher rezava por outros.
Oraram à noite pela cura do meu coração, durante umas três horas. Como chorei! Coisas que eu não imaginava que me marcaram, me feriram, surgiram naquela ocasião! Só pararam de orar, quando se sentiram cansados. No dia seguinte, rezaram mais de uma hora e meia, quase duas horas por mim. Mas viram que faltava algo. E depois, à tarde, voltaram a rezar junto com Pe. Robert, e então terminaram, graças a Deus. Eu ainda receberia muitas outras orações.
Eu não imaginava precisar de tanta cura interior! Mas hoje não duvido que era desígnio do Senhor que eu fosse objeto daquela oração de cura interior, para poder me usar depois como instrumento.
Não imaginamos o quanto precisamos disso, quanto os nossos irmãos precisam. E o melhor é que, quando começamos a orar pela cura interior, as palavras de ciência começam a vir. Cura interior e palavra de ciência estão muito ligadas.
Abra-se a esse dom, disponha-se a orar pela cura interior de seus irmãos. Nem espere, no começo, fazer grandes orações; apenas ore, e, se vierem as palavras, ore de acordo com elas.
Tenha coragem: comece a rezar, e verá quantas coisas o Senhor vai fazer por meio de você.

Senhor, eu Te bendigo. Queres curar o teu povo, que está machucado, ferido. Usa-me, Senhor Jesus. Eis-me aqui!
Usa-me, Senhor, para que eu leve aos meus irmãos a Tua cura. Tu és o Senhor que cura. Usa-me, Senhor, usa minhas mãos, usa minha oração para curar os meus irmãos. Usa-me, Senhor, para a cura interior dos meus irmãos, a cura da alma, a cura do coração. São tantos os doentes, são tantas as doenças. Eis-me aqui, Senhor!
Tu queres curar a tantos no coração, na alma, no interior. Para isso, Senhor, dá-me palavra de ciência, palavra de conhecimento, para que os meus irmãos sejam curados. Eis aqui o(a) teu(tua) servo(a), Senhor.
Senhor, faze milagres! Tua Igreja precisa ver milagres... O Teu povo precisa ver milagres, Senhor! Amém!

Dom do Discernimento dos espíritos

Dom do Discernimento dos espíritos

O inimigo age sorrateiramente. Para distinguir sua ação em nosso ambiente, o único meio é o Espírito Santo; ninguém tem por si discernimento.
Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a esmo, sem saber para onde vamos.
Para possuir discernimento, o básico é aprender a ouvir o Senhor; suas moções, inspirações. Muitas vezes O sentimento dentro de nós, movendo-nos: "Faça assim, não diga aquilo", mas em geral sepultamos isso, fazendo até o contrário. O Espírito Santo dá o dom do discernimento àqueles que estão n'Ele, imersos, banhados n'Ele. Àqueles que dão tempo à escuta, à oração, à Palavra.
Temos de ser dóceis à condução do Espírito. É muito necessário distinguir o que vem de Deus, de Jesus, do Espírito Santo, de Maria, dos anjos. Caso contrário, tudo se confunde na nossa cabeça. Deus quer nos dar essa graça, o dom de discernimento dos espíritos, que é resultado de nossa caminhada pela senda da oração.
É preciso caminhar, progredir e perseverar nos grupos de oração, na Palavra de Deus, na docilidade e no trabalho do Senhor. Assim, vamos nos constituindo terreno cada vez mais próprio para a semeadura. Percebemos que uma palavra não vem de Deus, mas do maligno, quando ela nos faz mal, nos agride.
A falta de discernimento é própria dos iniciantes e dos imaturos. É claro que Deus nos salva nessas situações. Temos sido salvos por Ele, que quer nos dar, cada vez mais, o discernimento dos espíritos, a capacidade de perceber e de sentir em nós o que é de Deus e o que não é; o que vem do Espírito Santo e o que vem do mal.
Temos de ser cuidadosos quanto a isso: pois em nosso espírito humano se misturam o orgulho, a vaidade, o ciúme, a inveja, rivalidades e competições com os outros.
Se não temos o discernimento dos espíritos, podemos pensar que vem de Deus algo que na verdade não vem. Trata-se apenas de orgulho e vaidade de minha parte, e eu engulo tudo como se fosse de Deus.
O senhor tem para nós esse grande dom, esse precioso dom que é o discernimento dos espíritos. Embora ele seja um dom, embora nos seja dado gratuitamente, é resultado, também, da nossa caminhada. Precisamos caminhar e amadurecer e o que nos amadurece é a perseverança, a oração, a Palavra de Deus e a docilidade. E com a maturidade vem também o discernimento dos espíritos.
Que Deus dê a você esse grande dom.

Você pode orar agora:
Senhor, Jesus, peço o discernimento dos espíritos. Preciso muito desse dom, para não confundir todas as coisas. Não quero saber de nada de mau, não quero ser confundido. Quero ser guiado, conduzido, orientado por Ti. Dá-me, Senhor, o dom do discernimento dos espíritos. Amém!

Peço para você a graça da caminhada, do crescimento, para que venha a trilhar o seu caminho com perseverança. Peço que, amadurecido, crescido e arraigado em Jesus, você tenha todo discernimento, para poder servir ao Senhor cada vez melhor; como servo bom e prudente, a quem o Senhor pode confiar o que tem de mais precioso.

Dom da Profecia

Dom da Profecia

"Mas quem profetiza fala aos homens: ele edifica, exorta, encoraja. Quem fala em línguas edifica a si mesmo, mas quem profetiza edifica a assembléia. Desejo que todos vós faleis em línguas, mas prefiro que profetizeis" (1Cor 14,3-5a).

No dom de línguas, estamos falando a Deus, não aos homens. Mas os homens precisam que a mensagem lhes seja anunciada. Daí a importância do que S. Paulo diz no trecho acima.
Quando Deus nos dá uma palavra de profecia, a assembléia inteira é edificada. Às vezes, temos uma noção errada a respeito da profecia. Pensamos que se trata de adivinhar o futuro. Nada disso: profeta é aquele que fala em nome de Deus, ou melhor, é o instrumento que Deus usa para falar. Para falar a língua dos homens, Deus precisa do profeta.
Profecia, ou palavra de profecia, é justamente a palavra que Deus expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.
Como acontece a palavra de profecia?
Quando estamos em clima de oração, nasce em nós, em nosso coração, em nossa mente, uma palavra:
"Confiai em mim, porque eu sou o vosso Senhor. Ponde vossa confiança unicamente em mim, porque estais cercados por muitos falsos profetas, por muitas insinuações do mal. Ponde vossa confiança em mim! Eu sou o vosso Senhor, conduzo vossas vidas, vosso presente, vosso futuro. Confiai em mim, ponde vossa total confiança em mim. Eu sou vosso Senhor, deixai-me conduzir vossas vidas, deixa-me ser vosso Senhor."
A palavra de profecia vem dessa maneira, em primeira pessoa. Na verdade, não sou eu que estou falando. É Deus mesmo falando à assembléia.
A palavra de profecia não é empréstimo de uma frase da Bíblia. Não é repetir o que nos vem à cabeça. Quando estamos num ambiente de oração, oramos, cantamos em línguas; podem vir à nossa mente palavras da Bíblia, o que é ótimo, podem vir até palavras na primeira pessoa, como: Eu sou a Luz do mundo! Eu sou o Bom Pastor! Ótimo. Deixe palavras como estas brotarem em você, acolha-as; é Deus quem inspira. Mas profetizar não é repetir frases bíblicas.
Quando a palavra é de profecia, ela vem e é insistente. No início, quando não estamos acostumados, começamos a ter palpitações, sentimo-nos sufocados! A palavra de profecia é uma ordem imperiosa, ela quer se apresentar. Depois, quando já estivermos acostumados, não há mais palpitação, nos tornamos mais dóceis e percebemos quando é palavra de profecia!
Na palavra de profecia, o próprio Deus nos fala, às vezes consolando, às vezes exortando, noutras repreendendo. E é interessante notar que o efeito da palavra de profecia sobre a assembléia é muito positivo. A palavra de profecia muda o ambiente do grupo de oração. O efeito da palavra de profecia faz diferença dentro de nós. Quando há palavras que não são de profecia, o ambiente fica pesado, monótono, o que prejudica a oração.
Com a palavra de profecia não é assim: nós a recebemos e sentimos "aquela sensação gostosa". Mesmo quando é severa, percebemos que vem de Deus, e isso eleva grupo todo, eleva a oração. Há mais unção, mais força, mais espontaneidade. Duas ou três palavras de profecia em um grupo de oração, e nossa vida se transforma, o grupo se transforma! Precisamos abrir-nos ao dom de profecia! Precisamos cultivar o dom de profecia.

Obrigado, Senhor, pelo precioso dom da profecia! Eu te peço, para mim e para minha comunidade, o dom da palavra de profecia. Fala conosco, Senhor, nos nossos grupos de oração. Fala-nos, Senhor, queremos tornar-nos dóceis à Tua palavra. Queremos ser instrumentos teus, para que fales a Teu povo.
Estamos pedindo a manifestação da palavra de profecia, a manifestação do dom de profecia, porque nossos grupos precisam, nossas comunidades necessitam; porque a Tua Igreja necessita; porque o Teu povo, Senhor, anda como ovelha sem pastor.
Dá-nos, Senhor, a palavra de profecia. Manifesta-Te em nós, Senhor, e livra-nos dos empecilhos, dos bloqueios, das barreiras, abre-nos para a maravilhoso dom da palavra de profecia. E, ao mesmo tempo, tira de nós, Senhor, as antigas manias, as coisas erradas, os vícios que adquirimos nos nossos grupos de oração, de repetir palavras nossas, de repetir palavras bonitas, a fim de que possa permanecer a verdadeira palavra de profecia.
Dá-nos, Senhor, pelo poder do Espírito, o dom da palavra de profecia. Fala a teu povo, Senhor! Amém.

É muito importante orar e cantar em línguas nos nossos grupos de oração. Depois façamos silêncio. É do silêncio que brota a palavra de profecia. Vamos acolhê-la e, se possível, até anotá-la. Essas palavras podem mudar o rumo do grupo de oração.
O grupo deve levar a sério a palavra de profecia, porque, por ela, o Senhor nos fala. Ela pode mudar o rumo das coisas, o rumo da própria Igreja; e é assim que a Igreja, que somos nós, se mantém em ação.
Além da palavra de profecia, existe a chamada "falsa profecia"! Não quero assustar ninguém, porque a falsa profecia é muito rara. Mas já a encontrei algumas vezes!
Quando acontece falsa profecia?
Na falsa profecia, não é Deus quem fala: é o espírito do mal que abusivamente procura falar. Mas como é possível que isso aconteça no grupo de oração?
Pessoas ligadas a algum misticismo estranho à oração e à tradição cristã acabam se misturando ao grupo, por curiosidade, desconhecimento ou até maldade. Essas pessoas podem trazer palavras de falsa profecia.
Notemos que, assim como a palavra de profecia traz bem-estar ao grupo, a palavra de falsa profecia traz mal-estar; ela agride nossos ouvidos, nos faz sentir mal. Aqueles que têm um bom discernimento logo percebem que se trata de falsa profecia. Ela tem de ser logo detectada, não pode se espalhar pela assembléia: e para isso é necessário muito discernimento! É preciso tomar alguma providência porque a falsa profecia é como uma gota de veneno.
Existe ainda a "não-profecia", que ocorre quando ficamos repetindo frases bonitas. Parecem profecia, mas não são!
Mas nem por isso vamos ter medo e nos fechar ao dom de profecia.

Palavra de Sabedoria

Palavra de Sabedoria

Sabedoria e ciência caminham juntas, como dois remos, para conduzir o povo de Deus.
Sabedoria aqui não é sabedoria humana; não é cultura, grau de estudo. É a sabedoria que vem do Espírito. E esse dom não nos torna autoridades; não nos habilita a falar grosso, na ponta dos pés. Não. É a coisa mais simples do mundo e beneficia não a nós mesmos, mas ao outro. Somos apenas o fio condutor, não nos esqueçamos disso. Às vezes, nem sabemos que aquilo que dissemos ao outro foi uma palavra de sabedoria; nem percebemos que atingiu o outro, que tocou, transformou, tirou da dúvida, tirou da opressão, da desorientação. Esse dom da sabedoria, o Senhor não o quer apenas para alguns pregadores, estudiosos, mas para todos: para o pai de família, a mãe, o operário, o jovem... Trata-se de uma sabedoria "feijão com arroz", que você vai levar para seu filho, sua filha, sua mulher, seu marido, vizinho, empregado, para o companheiro de serviço... Porque estamos no Espírito, batizados n'Ele, Ele se manifesta em nós.
O dom da palavra de sabedoria é um dom doméstico... é a palavra, o pensamento ou idéia que o Senhor nos envia no momento oportuno.
Diante de uma criança que precisa de correção, às vezes somos impelidos pela cólera e já queremos bater e ralhar! Neste momento, perceba, o próprio Espírito Santo nos orienta com sua sabedoria. Às vezes é falar, às vezes repreender, às vezes é melhor esperar! Mas o Espírito Santo sempre traz a orientação!
O Espírito Santo vai inspirar em nosso coração a palavra certa. A palavra de sabedoria é como a semente; ela não é grande, é pequenina! O Espírito Santo planta a semente da sabedoria, que é o certo, o correto...
Quando você tira todo o restolho e pega só a semente, acerta em cheio: sabe o que fazer e o que não fazer. Às vezes, é melhor comprar ou negociar, às vezes não! Claro, exige-se um ambiente de oração, que a pessoa já seja de oração, de escuta, dócil.
O dom da palavra de sabedoria precisa de um ambiente. É como a semente. Ela só vai poder frutificar em ambiente bom. Não vingará no asfalto. A pessoa deve ser dada à oração, à Palavra de Deus, à escuta atenta de Deus; porque, percebendo que a palavra vem do Senhor, ela obedece.
Se você é uma pessoa atenta à Palavra de Deus, se cultiva a docilidade, com certeza Deus vai lhe dar a palavra de sabedoria!
E o melhor é que acabamos nos tornando instrumentos da palavra de sabedoria para os outros: vamos ter a palavra certa, correta para a pessoa, para determinada hora e situação.
A palavra de sabedoria é um dom preciosíssimo, é o dom pelo qual Deus conduz as nossas vidas. E ela está aí, a nosso alcance; resta-nos acolhê-la para levá-la a nossos irmãos.

Dá-me, Senhor, a graça da sabedoria! Transforma-me em pessoa perseverante na oração. Faze de mim pessoa de escuta. Faze de mim pessoa dócil, que cultiva a docilidade para que eu possa receber de Ti, Senhor, toda a orientação de sabedoria para conduzir a minha vida.
O Teu Espírito é Sabedoria e me quer dar a palavra de sabedoria, a orientação de sabedoria, em cada circunstância, em cada situação.
Quero e peço para estar atento, para acolher a Palavra de sabedoria que o Teu Espírito me reserva. Amém!

Palavra de Ciência

Palavra de Ciência

Quando a palavra de profecia surge espontaneamente nos nossos grupos, especialmente depois da oração, do canto em línguas e do silêncio, esse é um momento muito oportuno para Deus nos dar a palavra de ciência.
A palavra de ciência é chamada também palavra de conhecimento. É como um diagnóstico. Deus nos dá um conhecimento que não poderíamos alcançar por nosso próprio esforço. Essa palavra de ciência vem de nós. Chama-se palavra porque nos é dada através de uma expressão, de uma frase, ou de uma expressão, de uma frase, ou de uma imagem. Sua função é indicar algo que Deus que fazer.
Às vezes você está orando por alguém, e lhe sobrevém uma palavra, uma imagem. E, no momento em que você apresenta essa imagem, ela funciona como uma chave de interpretação.
A palavra de ciência vem a nós, ressoa no nosso interior, como imagem que vem à nossa mente. Deus envia a palavra de ciência necessária, a palavra de conhecimento de que uma pessoa precisa, para podermos agir juntos à pessoa e ajudá-la a sair do problema.
Não duvide da palavra de ciência. Use-a na sua oração, ou fale com a pessoa pela qual você está orando, perguntando-lhe o que aquela palavra diz a ela, à vida dela. Use-a para levar a cura aos seus irmãos, para levar-lhes a libertação do reino de Deus, para revelar o mundo sobrenatural, o trono da graça do Rei.

Obrigado, Senhor, pelo precioso dom de ciência! Dá-me a palavra de ciência e usa-me, Senhor, o quanto quiseres, para agir na vida dos meus irmãos! Eis-me aqui, meu Senhor e meu Deus. Estou pedindo, Senhor, que manifestes Teu poder, manifestes Tua glória nesses meus irmãos e irmãs, através da palavra de ciência. Sabes que teu povo está doente, oprimido, amarrado, Senhor! E queres levar-lhe a verdadeira cura, a verdadeira libertação! Usa-nos, Senhor, no dom da palavra de ciência. Amém!

Dom da Interpretação das Línguas

Dom da Interpretação das Línguas

Normalmente, nem aquele que fala em línguas nem os outros entendem o que se enuncia. Mas o Senhor, muitas vezes, quer que aquela oração seja de edificação para a comunidade; quer usar o veículo das línguas para falar à comunidade. Então, o Senhor dá, à mesma pessoa ou a outra pessoa, o dom da interpretação. É portanto outro dom: o dom de interpretar - não se trata de tradução.
Às vezes, Deus nos fala por meio do dom de profecia em línguas. Nossa oração em línguas é uma oração de louvor, de adoração, de intercessão; é uma oração para Deus; não precisa de interpretação. Mas quando Deus usa o mesmo canal de oração em línguas para nos dirigir uma palavra de profecia, faz-se necessária a interpretação, do contrário a profecia não pode ser feita.
No momento em que o grupo de oração se reúne, naquele instante de silêncio, alguém é movido pelo Espírito Santo a falar em línguas; e fala algumas frases em línguas. Deus suscita nesse momento o dom da interpretação, ao qual precisamos estar abertos. Como acontece isso?
Vem à nossa mente, a nosso coração, a interpretação, o sentido daquelas palavras em línguas. E isso nos vem da mesma forma que o dom da profecia. Sentimos a interpretação nascer em nós.
Esse dom é muito precioso, ele causa uma impressão maravilhosa na assembléia. É uma palavra muito forte, muito consoladora, que vem de Deus, e é expressa na linguagem dos anjos, na linguagem própria do Espírito Santo.

Dom de Línguas

Dom de Línguas

O primeiro dom que se manifestou foi o de línguas. Em pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, a louvar, a cantar numa língua nova, a língua do Espírito. Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: "Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós estamos entendendo com o coração". Outros estavam ali como curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro explicou: "Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel". O primeiro dom criou confusão.
O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é oração.
Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e a oração que volta.
Quando somos introduzidos no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é oração, uma oração de fogo, infalível.
Nós damos o combustível, que é o nosso ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos a boca, a língua, geramos sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.
Você não imagina o valor dessa oração! Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em nós!
Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo.
S. Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26:

"Do mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis".

Essa explicação é bem simples: "gemidos inexprimíveis", quer dizer: gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação.
Quando ora por seu filho ou sua filha, você sabe exatamente do que eles precisam? Não. É por isso que o Espírito Santo vem em nosso auxílio: porque não sabemos o que pedir, nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e em nosso favor, com gemidos inexprimíveis.
Daí as maravilhas acontecem, porque é o Espírito Santo orando dentro de nós, por nós. S. Paulo continua:

"E aquele que perscruta os corações sabe qual é a intenção do Espírito: com efeito, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos". (Rm 8,27).

Quem é aquele que perscruta os corações e que sabe o que o Espírito deseja? É o Pai, é Deus, é Jesus. Esse que perscruta os corações, que olha bem dentro do coração, sabe o que o Espírito Santo está pedindo. Aquele que perscruta os corações sabe o que o Espírito deseja, ao interceder pelos santos.
Duas coisas acontecem: primeiro, o Espírito Santo conhece muito bem as nossas necessidades e as apresenta ao Pai. Por outro lado, esse Espírito Santo pede ao Pai, pede a Jesus, de acordo com a vontade do Senhor, que intercede pelos santos. Ele não pede coisas erradas. Muitas vezes, pedimos coisas que não são para o nosso bem; podemos até pedir algo errado, ou até de maneira errada. O Espírito Santo, não.
Quando você ora no Espírito, Ele está pedindo primeiro de acordo com a necessidade; depois, de acordo com aquilo que Deus sabe, com aquilo que Deus quer e sabe ser o melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível: daí seu valor. Com ela, você intercede primeiro por si mesmo: louva, agradece, bendiz, mesmo sem estar entendendo o que fala.
O problema é que a oração em línguas nos humilha, faz com que nos ajoelhemos, toquemos com nossa cabeça o chão. Somos orgulhosos, vaidosos, auto-suficientes; queremos fazer tudo de acordo com nossa vontade.
Na oração em línguas, o Senhor nos humilha e nos diz: "Ponha-se de lado, porque agora eu vou agir. Não me atrapalhe mais". E o Senhor entra em ação, por meio do Espírito. Quando oramos em línguas, não temos o gozo dos sentidos, da nossa sensibilidade, da nossa inteligência.
No início, quando começamos a orar em línguas, a oração se torna uma satisfação e uma vaidade. Mas depois, quando passamos a orar todos os dias, o dom de línguas se torna algo muito simples.
Muita gente não ora em línguas porque tem medo, porque acha que orar em línguas é entrar em transe. E não é nada disso: entrar em transe não é orar no Espírito. Se há transe, já não se está mais em Deus.
Outros não oram em línguas por achar que quem ora não faz nada. Mas essa forma de oração é um dom de falar em línguas, e o falar cabe a mim. A pessoa faz tudo: respira, move as cordas vocais, os lábios, a língua, e solta o som. Algumas pessoas gostariam que o Espírito Santo fizesse tudo, inclusive falar; mas isso cabe a nós. Pedro estava na barca quando Jesus o chamou; e ele deu o primeiro passo em direção a Jesus, o passo da fé.
No dom de línguas, você solta os sons, e o Espírito Santo dá o conteúdo. Esta é a sua parte. Por isso, a melhor maneira de orar em línguas é soltar-se no meio dos outros. Se há um grupo orando em línguas, faça o mesmo. Não é assim que o passarinho aprende a voar? Não é assim que aprendemos a nadar? Alguns aprendem assim. E que bom quando aprendemos "no susto": a inteligência não atrapalha.
Há muito tempo, peço a Deus que conceda às pessoas a efusão do Espírito Santo. De que forma? Convido a pessoa a orar comigo, da mesma maneira como estou orando. Começo a orar, e a pessoa me acompanha. Não se pode imitar. Cada um deve se soltar, a fim de deixar que o Espírito Santo ore em si. É algo muito fácil e simples.
É por meio da oração em línguas que nos aproximamos de Deus, e a transformação começa a ocorrer em nossos corações, em nossa vida, na vida daqueles a quem amamos. É pelos dons do Espírito e por seus frutos que o mundo começa a ser renovado.
Não há por que combater o dom de falar em línguas; não há por que pôr em dúvida - como o fazem muitos católicos, muitos padres e religiosas - esse dom, dizendo: "Para que isso de orar em línguas se ninguém entende nada?" Não é mesmo para os homens entenderem. A Palavra é clara: é para falar a Deus. E falar a Deus é orar.

"Aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o compreende: movido pela inspiração enuncia coisas misteriosas" (1Cor 14,2).

O homem é corpo, alma e espírito, três coisas distintas umas das outras. Corpo é corpo. Alma são as nossas faculdades interiores - pensamentos, sentimentos, emoções -, e o nosso espírito é algo mais; é a própria vida de Deus em nós; é a vida divina nos fazendo participantes da natureza do Senhor. Assim como nossa alma se manifesta aos outros por meio de nosso corpo - falando, gesticulando, escrevendo -, minha alma, igualmente, se manifesta a Deus por meio do meu espírito. Porque nós estamos mergulhados no Espírito, Ele fecunda, inspira o nosso espírito, e o nosso espírito pode falar com o Senhor. Então, dos nossos lábios brotam sons; não da inteligência, mas do Espírito. E nem nós os entendemos.
Pensamos que só os grandes santos podem ter dom de línguas, quando ocorre justamente o contrário: esse dom é para aqueles que estão por baixo, que não sabem orar e por isso precisam do auxílio do Espírito. É o dom dos iniciantes, daqueles que começam vida no Espírito. Por isso, vemos que o primeiro dom que se manifestou no Novo Testamento é o dom de línguas: os apóstolos recebem o Espírito Santo e começam a orar em línguas, como, por exemplo, nas comunidades de Éfeso e de Jerusalém.
Assim como a chuva, as graças não caem à toa. O Senhor dispôs assim: que o céu seja atingido por nossas orações e então caiam as graças, as bênçãos. E que tristeza uma humanidade sem a graça de Deus! É como as terras que ficam anos sem chuva. O Senhor quer fazer chover do céu graças e bênçãos sobre toda a humanidade, e por isso nos dá, a nós cristãos, a possibilidade de orar no Espírito. Somos apenas as vitrolas, os alto-falantes para que o Espírito ore em nós; emprestamos ao Senhor nossa garganta, nossas cordas vocais, nossa língua, nossa boca, para clamar os sons de louvor ao Senhor; os sons de súplica, de intercessão, em que o Espírito está intercedendo por nós, pelos outros, pela Igreja.
Pensa-se que no dom de línguas a pessoa está num êxtase tão alto que não vê mais nada, e começam a sair uns sons de sua boca que ela nem sabe que está emitindo. Não é isso. Não é êxtase nenhum. A pessoa está bem consciente de tudo; ela começa a falar quando quer e pára também quando quer. Outros, ainda, pensam até que a pessoa não quer falar; que ela segura a boca, fecha os lábios, mas "coisas estranhas" acabam sendo ditas. Alguns têm até medo: "Puxa, e se eu estou trabalhando e começo a falar assim, o que os outros vão dizer de mim?" Não, isso não vai acontecer.
Temos de ceder ao dom. Se Deus nos tivesse dado o dom de chutar sempre certo, sempre no gol, precisaríamos chutar; ainda que fôssemos pernas-de-pau, precisaríamos fazê-lo, porque na hora do chute o Senhor nos daria a graça de acertar - o que não aconteceria, é claro, se não chutássemos. Igualmente, se você não falar, o Senhor não lhe dará o dom. Assim é que começa o dom de línguas; a pessoa começa a soltar os sons, e então o Espírito Santo que está em nós dá o sentido, o conteúdo daquilo.
Porque muitos não conseguem receber? Porque não sabem disso. Mas Deus quer essa graça para todos.
Todos os seus precisam, todos os grupos precisam, e podem orar em línguas! A oração em línguas não é feita somente para orar em grupo. É principalmente para orar sozinho. Em grupo é muito bom, mas podemos e devemos orar em línguas quando estamos a sós, pois é o que há de mais lindo, é o primeiro de todos os dons.
Você não pode falar palavras em português e em línguas ao mesmo tempo: ou você pára de falar em português e começa a soltar os sons que vêm aos seus lábios - embora não entenda o que está dizendo -, ou nunca vai orar em línguas.
Muita gente vê esse dom como uma coisa grandiosa e quando começa se decepciona: "É só isso?".
É, é o dom das crianças que vai se desenvolvendo dentro de você. É um dom que humilha, confunde nossa inteligência, porque oramos sem nem sequer entender o que dizemos. Ele nos dá a certeza de que não somos nada, pondo-nos em nosso lugar, em verdadeira humildade. É por isso que o Senhor quer que esse dom seja o primeiro. Pode acontecer, é claro, de o Senhor nos usar em outros dons e nós ainda não termos orado em línguas, mas na ordem normal ele é o primeiro dom, e também o menor.
O dom de línguas é o dom dos nenês. Damos mamadeira ao nenê para ele crescer forte e robusto. Da mesma maneira, o Senhor nos dá o dom de línguas para crescermos fortes e robustos na vida do Espírito. E, como precisamos sempre ser alimentados e construídos, temos necessidade de oração em línguas a vida inteira.

"Desejo que todos vós faleis em línguas, mais prefiro que profetizeis. Aquele que profetiza é superior ao que fala em línguas, a menos que este dê a interpretação, para que a assembléia seja edificada" (1Cor 14,5).

Paulo não é contra o dom de línguas, mas por outro lado não quer que foquemos eternamente na infância espiritual; ele quer que comecemos falando em línguas e depois cheguemos também a profetizar.

ORAÇÃO EM LÍNGUAS

ORAÇÃO EM LÍNGUAS

"Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito."
I Cor 14,2

Muitas pessoas, ao participar pela primeira vez de um grupo de oração, e até mesmo pessoas com algum tempo de caminhada na Igreja, se perguntam sobre a necessidade da oração e do louvor em línguas.
De fato, com a Renovação Carismática se expandindo, a oração em línguas se tornou mais conhecida entre os fiéis da Igreja. Mas, o que é realmente a oração em línguas?
Ao lermos At 2,3-13 (a vinda do Espírito Santo), percebemos como o Espírito Santo se fez presente em Pentecostes, e como houve a primeira grande manifestação da oração em línguas. Guiados pelo Espírito Santo, os apóstolos que estavam reunidos no Cenáculo com Maria, começaram a falar em outras línguas, conforme Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Nessa leitura dos Atos dos Apóstolos percebemos o primeiro entendimento a respeito da oração em línguas: oração em uma língua diferente não estudada por aquele que pronuncia, porém entendida.
Mas, a oração em línguas como conhecemos é mais que isso, é a forma de chegarmos a Deus por meio das nossas palavras. Quanto nos faltam palavras em nossa língua para nos comunicarmos com Deus, o Espírito Santo nos inspira palavras novas, uma nova língua, com a qual podemos louvar e bendizer a Deus.
Em Coríntios 12,10, encontramos o segundo entendimento a respeito da oração em línguas, diferente daquele encontrado nos atos dos apóstolos: Não se trata de falar com os homens, mas de falar com Deus. É um modo de oração, na qual aquele que reza em línguas "edifica a si mesmo"(cf. I Cor 14, 4).
Na Igreja de Corinto, esse dom era comum. Todos estavam familiarizados com ele. Por isso, Paulo não se detém na sua descrição ou explicação como se tratasse de algo novo ou desconhecido para seus leitores. Paulo limita-se a disciplinar o uso desse dom na assembléia corintiana. Daí a dificuldade que temos hoje para entendê-lo.
"O Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis" (Rm 8,26).
O dom das línguas não consiste na emissão de simples gemidos ou suspiros inarticulados. É um discurso humano que tem a aparência de uma língua incompreensível tanto para o que fala como para os que o escutam.
É uma forma de oração particular. Não se destina ao culto público, mas à devoção privada. Não consiste em falar verdadeiras línguas estrangeiras. Não se produz em êxtase, no qual se perde o controle racional dos atos.
"Aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o compreende: movido pela inspiração enuncia coisas misteriosas" (1 Cor 14,2).
Podemos perceber que o dom de línguas é plenamente uma inspiração dada pelo Espírito Santo. É uma forma de chegarmos a Deus, pois para orarmos e louvarmos em línguas é preciso que estejamos abertos a ação do Espírito Santo.
Enfim, a oração em línguas é o cumprimento da palavra: "falarão novas línguas" (Mc 16,17b), que o próprio Senhor Jesus proferiu aos onze discípulos após ressuscitar.

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

Grupo de Oração:pronto-socorro de Deus

Grupo de Oração:
pronto-socorro de Deus

"A cada um é dado o dom de manifestar o Espírito em vista do bem de todos. A este o Espírito dá uma mensagem de sabedoria, a outro, uma de conhecimento, conforme o mesmo Espírito; a um o mesmo Espírito dá a fé, a outro o único Espírito concede dons de cura; a outro, o poder de operar milagres; a outro, de profetizar; a outro, de discernir os espíritos; a outro ainda o dom de falar línguas; enfim, a outros o dom de as interpretar"
(1 Cor 12,7-10).

Os dons são dados à comunidade, e Deus quer que todos esses nove dons aconteçam nos nossos grupos. É preciso que nossos grupos queiram todos os dons, porque eles são as ferramentas necessárias! Uns vão utilizar mais uma ferramenta, outros, outras. Mas é preciso que todas as ferramentas sejam usadas no grupo.
O pedreiro tem as suas próprias ferramentas! Ele não pode se dar ao luxo de dispensá-las. Nem a colher, nem o prumo, nem o nível, nem o metro - nenhum instrumento sequer! O marceneiro também. E o bom marceneiro tem sua oficina bem montada com todas as ferramentas. E as ferramentas todas são usadas, sem exceção, para que o trabalho saia bem feito.

Guarde isso no seu coração:
O Senhor quer que o nosso grupo tenha e use todos os nove dons, sem exceção. Porque todos eles são as ferramentas que Deus põe nas nossas mãos, para a salvação dos nossos irmãos.

É preciso entender que estamos empenhados numa obra de salvação. E, para uma obra desse tipo, todas as ferramentas são essenciais.
Você se recorda do que aconteceu com Noé? Noé foi mandado por Deus para fazer a arca. E naquela arca foi preciso abrigar todos os que Deus queria salvar. Depois, veio o dilúvio, no qual todos pereceram, exceto os que estavam na arca.
Vivemos tempo semelhante: o mundo tornou-se mau, como no tempo de Noé! Em Gênesis, cap. 6, vemos um mundo de tal maneira corrompido que Deus teve de lavar a face da terra!
Nosso mundo está mais imundo do que no tempo de Noé. Ele corrompeu-se, de maneira vergonhosa! Por amor da sua casa, por amor dos seus filhos, Deus resolveu lavar a face da terra! E vai fazê-lo. Vai limpá-la!
Para isso, Deus nos dá a Arca da Aliança, que é a Igreja. Deus está trazendo as pessoas para dentro da Igreja - a Igreja fiel, a Igreja Santa, a Igreja que se deixa conduzir pelo Espírito Santo!
A Arca na qual o Senhor está recolhendo todos os que se salvarão é a Igreja Santa, verdadeira, que está com Jesus, abraça o Evangelho! É a Igreja que nesses tempos se abre à ação do Espírito Santo.
Temos em nós os dons, a semente de todos os dons. Nós os temos em potencial! Ocorre que alguns dons são mais evidentes em algumas pessoas, e outros mais evidentes em outras! E o melhor é que, no momento da necessidade, Deus usa qualquer pessoa, usa qualquer um! Faz o que for preciso para socorrer os seus!
O grupo de oração é a grande rede que Deus quer usar para trazer todos os irmãos à Arca! Ele quer que todos os dons, os nove dons, sem exceção, manifestem-se no grupo. E não devemos querer menos! Às vezes, quando o grupo é grande, nem sempre é fácil utilizar todos os dons, porque pessoas novas sempre estão entrando!
Nos nossos núcleos, nos nossos pequenos grupos, é necessário que nos abramos a todos os dons, a todos os nove! Não podemos dizer, por outro lado, que só se pode utilizar os dons nos núcleos e não nos grandes grupos! No começo, quando o grupo é inexperiente e novo, não é possível usar todos os dons. Porém, esse grupo permanecerá iniciante a vida inteira?
Os nossos grupos são como grandes hospitais! Você vai ficar apenas com uma sala de cirurgia, num grande hospital? Você vai ter três, quatro, cinco, seis salas de cirurgia, num grande hospital, para atender às necessidades.
Da mesma maneira, os nossos grupos de oração, porque são grandes, porque atendem a tanta gente, precisam ter as manifestações dos nove dons!
O grupo de oração é uma arma poderosa de Deus, nos dias de hoje! Vamos encher as nossas igrejas, os nossos salões paroquiais, trazendo aqueles que desconhecem essa graça.

Grupos conduzidos pelo
Espírito Santo

O grupo de oração é como uma piscina cheia de água, cheia do Espírito Santo, onde nos jogamos de cabeça, para ser mergulhados no seu amor e nos seus dons.
O mundo é tão árido e a guerra espiritual que enfrentamos diariamente é tão dura, que se não tivermos, ao menos uma vez por semana, a graça de poder mergulhar no Espírito Santo com os irmãos, orando com eles livremente na linguagem dos anjos, louvando e cantando juntos, fatalmente vamos viver como quem vive no deserto.
Nossos grupos de oração precisam ser quentes, não barulhentos. Precisam ser cheios da presença de Deus, do Espírito Santo, plenos de oração. Precisam ser lugares onde realmente ajudemos uns aos outros e nos animemos com o canto, com a música, com o louvor, com a oração espontânea, com gestos. Alguém conduzindo e ajudando, cheio de louvor, cheio de alegria, cheio da Palavra de Deus, de maneira que possamos ter, a cada semana, um grupo sobre o qual o Espírito se derrame!
O grupo de oração precisa ser leve, espontâneo. Há pessoas que conduzem o grupo, porque é preciso condução; mas essas pessoas devem ser dóceis, não auto-suficientes nem orgulhosas. Nunca se deve dizer: "A oração de cura sou eu quem vai fazer"; ou então: "Quem vai conduzir a intercessão sou eu". Não!
É muito importante que os nossos grupos de oração sejam grupos de derramamento do Espírito Santo, porque precisamos de mais força do alto, pois a vida nos deixa secos e duros; o próprio dia-a-dia, o trabalho de casa, da família, do mundo, nos desgastam.
Jesus disse:

"Recebereis uma força, a força do Espírito Santo que virá sobre vós; e sereis então minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, até as extremidades da terra" (At 1,8).

Grupo de Oração:Qual a finalidade?

Grupo de Oração:
Qual a finalidade?

O Grupo de Oração é o principal serviço e expressão da RCC (Renovação Carismática Católica). Deve promover a experiência de Pentecostes, ou facilitar esta experiência para o fiel, e acompanhá-lo no caminhar espiritual. Daí ser o instrumento principal da RCC na promoção da experiência pentecostal na Igreja que chamamos de Batismo ou Efusão no Espírito Santo.
O Grupo de Oração é o lugar onde o povo vai se encontrar com Deus. Sua finalidade, então, é anunciar o Querigma, isto é, fazer o primeiro anúncio - o anúncio da Boa Nova -, tendo em vista o Batismo no Espírito Santo e a formação das Comunidades de Renovação. Não há medidas para o Batismo no Espírito Santo e os Grupos de Oração existem para levar as pessoas a esse Batismo. Cheias do Espírito de Deus, consequentemente as pessoas se abrem ao louvor e vivenciam que, quando louvamos a Deus com o coração, Ele nos devolve esse louvor transformado em bênçãos e graças. Bênçãos de cura, de libertação. Bênçãos que vêm de encontro às nossas carências.
O elemento mais importante de um Grupo de Oração é o POVO. O Grupo acontece em torno das pessoas que o freqüentam. As perguntas de discernimento para a preparação do Grupo de Oração devem partir da necessidade dessas pessoas. Quem são essas pessoas? Como elas estão? O que elas buscam no Grupo de Oração? O que precisam? Como levá-las ao Batismo no Espírito Santo? O que Deus quer falar a elas?
As pessoas que vão ao Grupo de Oração têm a dignidade da filiação divina e cabe ao Grupo resgatar essa riqueza que talvez nem elas próprias conheçam. Daí a necessidade de terem um tratamento personalizado, carinhoso, especial. Muitas dessas pessoas estão decepcionadas, tristes, depressivas, amarguradas, magoadas, fechadas pela sua timidez, revoltadas, muitas delas não têm formação cristã e não têm nenhuma orientação, trazem dentro de si uma fé que não responde às suas ansiedades. Também as pessoas que, apesar das dificuldades, se sentem bem, alegres, felizes, estão presentes no Grupo para louvar e bendizer o Senhor pelos Seus feitos em suas vidas.
Assim, os participantes dos Grupos de Oração são de diversos tipos, a exemplo da multidão presente no dia de Pentecostes: curiosos, necessitados, ociosos, perseverantes. Mas todos amados por Deus.
A carência maior em todos os que vão ao Grupo de Oração é o amor. Por isso, é apresentado o Deus vivo e atuante, que não dorme nem cochila (cf. Sal 120). Como diz Sofonias 3,15.17-18: “Iahweh, o rei de Israel, está no meio de ti, não verás mais a desgraça. Iahweh, o teu Deus, está no meio de ti como o herói que salva! Ele exulta de alegria por tua causa, renovar-te-á por Seu amor, Ele se regozija por tua causa com gritos de alegria, como nos dias de festa”.
Os apóstolos de Jesus reunidos no Cenáculo, com Maria, como Jesus havia pedido, experimentam o derramamento do Espírito Santo e são transformados pelas “línguas de fogo” que pairavam sobre eles. A multidão que se ajunta em frente ao Cenáculo vê a transformação dos apóstolos, vê a manifestação dos carismas e os experimenta, é evangelizada, sente seu coração compungido, deseja e é batizada, pois, “para vós é a promessa, assim como para os vossos filhos e para todos aqueles que estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus chamar” (At 2,39).
Proporcionar às pessoas dos Grupos de Oração a experiência do amor de Deus que está no meio de nós é levá-las à experiência de Pentecostes, é levá-las a experimentar o que aquela multidão experimentou. Tal experiência deve produzir no coração dessas pessoas o desejo de uma maior conversão para serem perseverantes e, assim, crescerem na vida de oração, na Eucaristia, na doutrina e na fraternidade. Por isso, devem essas pessoas buscar um Grupo de Perseverança, a fim de que tenha continuidade o seu processo de conversão, o seu crescimento na vida nova trazida pelo Espírito Santo.
“Se confessares com tua boca que Jesus é Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Pois quem crê obtém a justiça, e quem confessa com a boca, a salvação. (...) Porque todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo” (Rom 10,9-10.13).


DONS DO ESPÍRITO - 1 CORÍNTIOS 12,4-11: Sabedoria, Ciência, Fé, Cura, Milagres, Profecia, Discernimento dos Espíritos, Línguas e Interpretação das Línguas.

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO - Não é um Sacramento. Teologicamente, todo membro da Igreja é batizado no Espírito pelo fato de ter recebido os Sacramentos de iniciação cristã. Mas esta expressão, também conhecida como EFUSÃO do Espírito, por outro lado, também diz respeito ao sentido experiencial, consciente, ou seja, que a pessoa vivencia e experimenta do poder, vida e amor de DEUS operante, em sua vida. (Fonte: volume 2 da coleção do Conselho Nacional da RCC, ed. Santuário, Aparecida-SP, 1994).

CARISMA é o dom ou aptidão liberada ou impulsionada pelo Espírito Santo e posta a serviço da edificação do Corpo Místico de Cristo, a Igreja.

A RCC nos lembra que o Espírito Santo unge os batizados com a mesma unção espiritual de Jesus; os carismas são dados para o bem comum; OS DONS CARISMÁTICOS PROVOCAM UMA DIFERENÇA SIGNIFICATIVA NA EVANGELIZAÇÃO; os carismas são para todos, e devem estar fundamentados na caridade; os carismas devem ser pedidos com fé, e exercidos na humildade, harmonia e ordem, na obediência a Cristo e às autoridades constituídas.
Renovação Carismática Católica
A Renovação Carismática não deve ser entendida como um movimento, mas como um "mover do Espírito Santo", que resgata valores da própria Igreja em nossos dias, antes esquecidos ou desvalorizados. É a própria ação da Misericórdia de Deus sobre o seu povo, ação esta que não é inédita, mas acontece hoje como nunca antes.
A Renovação Carismática apareceu na Igreja Católica no momento em que se começava a procurar caminhos para pôr em prática a "Renovação da Igreja" desejada, ordenada e inaugurada pelo Concílio Vaticano II.

HISTÓRICO DA RCC:

Na Constituição Apostólica de 25 de dezembro de 1961, com a qual convocava o Concílio Vaticano II, Sua Santidade João XXIII expressava seus desejos, seus anseios e suas preces, nestes termos:
"Repita-se, pois agora, na família cristã, o espetáculo dos apóstolos reunidos em Jerusalém depois da ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou toda reunida em comunhão de pensamento e oração, com Pedro e em redor de Pedro, Pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o Espírito divino escutar, de maneira mais consoladora, a oração que todos os dias sobe até Ele de todos os recantos da terra: Renova em nossos dias os prodígios como em um novo Pentecostes e concede que a Santa Igreja, reunida em unânime e mais intensa oração em torno de Maria, Mãe de Jesus e guiada por Pedro, propague o reino do divino Salvador, que é reino de verdade, de justiça, de amor e de paz. Assim seja".
O Concílio foi encerrado pelo Papa Paulo VI, na Praça de São Pedro, no dia 8 de dezembro de 1965. E, desde então, começou-se a produzir em todo o mundo um ressurgir dos carismas, uma "renovação espiritual" que Paulo VI qualificou como "uma oportunidade providencial para a Igreja e para o mundo".

Em Pittsburgh

Não se havia passado um ano do término do Concílio, quando em Agosto de 1966, durante o Congresso Nacional de "Cursilhos de Cristandade", Steve Clark, formado pela Universidade de Duquesne, em Pittsburgh (Pensilvânia), mencionava o livro "A Cruz e o Punhal" de John Sherril, sobre o apostolado de David Wilkerson entre os drogados de Nova York, dizendo-lhes que esse livro o intrigava e o inquietava, e incitava para que o lessem.
No Outono de 1966, vários homens católicos, membros de faculdades da Universidade de Duquesne dos Estados Unidos, reuniam-se freqüentemente para momentos de oração fervorosa e para conversar sobre a vitalidade de sua vida de fé. Aqueles professores haviam-se dedicado durante muitos anos ao serviço de Cristo, entregando-se a várias atividades apostólicas. Apesar de tudo isso, estavam sentindo que algo faltava na sua vida cristã pessoal. Ainda que não pudessem especificar o porquê, cada um reconhecia que havia certo vazio, uma falta de dinamismo, debilidade espiritual em suas orações e atividades. Era como se a vida cristã dependesse demasiado de seus próprios esforços, como se avançassem sob seu próprio poder e motivados por sua própria vontade.
Conscientes de que a força da comunidade cristã primitiva estivera na vinda do Espírito Santo em Pentecostes, começaram a orar para que esse divino Espírito manifestasse neles sua presença cheia de poder, em favor de sua própria vida espiritual e do trabalho apostólico.
Dessa forma, os professores de Pittsburgh começaram a pedir em oração que o Espírito Santo lhes concedesse uma renovação e que o vazio que seus esforços humanos haviam deixado fosse plenificado com a vida poderosa do Senhor ressuscitado. Cada dia os homens rezavam uns pelos outros, pedindo "Vem, Espírito Santo!"
Desejosos de entrar em contato com alguma pessoa conhecedora das experiências do Espírito, entrevistam William Lewis, sacerdote episcopal, que os põe em contato com a sra. Betty de Schomaker, que dirigia em sua casa uma reunião de oração pentecostal. A reunião tem lugar em casa do Sr. Lewis, no dia 6 de janeiro de 1967, Festividade da Epifania do Senhor.
Em 13 de janeiro, os professores de Pittsburgh, com a sra. Schomaker, vão à casa de Flo Dodge para assistir à primeira reunião de oração. Foram eles: Ralph Keiner (instrutor de teologia) e sua esposa Pat; Patrick Bourgeois (instrutor de teologia) e William Storey. Era a oitava da Epifania e o dia marcado pela Liturgia para comemorar o batismo de Jesus no Jordão e sua unção pelo Espírito Santo.
Em 20 de janeiro, Ralph Keiner e Patrick Bourgeois assistem à segunda reunião de oração e suplicam que se ore por eles pedindo o batismo no Espírito Santo. Nessa ocasião Ralph recebe o dom das línguas. Na semana seguinte Ralph impõe as mãos aos seus outros companheiros para receberem o batismo no Espírito Santo. Em fevereiro de 1967 os quatro católicos de Pittsburgh haviam recebido o batismo no Espírito Santo.
De sexta-feira 17 ao domingo 19 de fevereiro, mais de 30 pessoas fazem um retiro de fim-de-semana, "o retiro de Duquesne". Passam todo o dia 18, sábado, em oração e estudo. À noite oram para pedir o batismo no Espírito Santo e muitos deles têm a certeza espiritual, confirmada pela transformação interior e pela manifestação de dons do Espírito Santo, de que sua oração havia sido atendida. Gozam a experiência de um pentecostes pessoal e em comunidade. Foi para eles uma verdadeira "atualização de Pentecostes".

Na Universidade de Notre Dame South Bend, Indiana

Em fins de janeiro de 1967, Bert Ghezzi comunica a universitários de Notre Dame o que está se passando em Pittsburgh.
Em fevereiro, antes de retiro de Duquesne, Ralph Keifer vai a Notre Dame e narra suas experiências. Passando o retiro de 17 a 19 de fevereiro que aconteceram durante aqueles dias.
No sábado, 4 de março, um grupo de uns 30 estudantes universitários reúnem-se na casa de Kevin e Doroth Ranaghan. Um professor vindo de Pittsburgh partilha o que havia sucedido em Duquesne e, em 5 de março, o grupo inteiro pede a imposição das mãos para receber o batismo no Espírito Santo com seus dons e frutos, e que assim suas vidas sejam mais plenamente cristãs. A resposta não se faz esperar. Experimentaram, antes de tudo, uma profunda mudança interior: tornam-se "homens novos", mas recebem também carismas do Espírito Santo para dar, com audácia, testemunho de Jesus no mundo atual.
Depois da Semana Santa, organiza-se em Notre Dame um retiro com o fim de discernir o que Deus está querendo através desses acontecimentos. Participam umas 80 pessoas: 40 de Notre Dame entre estudantes, sacerdotes e professores; e outras 40 da Universidade do Estado de Michigan, entre os quais Steve Clark e Ralph Martin. No outono de 1976 estes se transferem para a Universidade de Michigan, em Ann Arbor.

Expansão da Renovação

A Renovação Carismática no Espírito Santo havia nascido. Tudo começa com uma pequena centelha em Pittsburgh a partir de 1966. Graças à força incontrolável do Espírito essa fagulha se propaga como um incêndio sobre palha e invadiu os cinco Continentes da Terra. Agora, 37 anos depois, do oriente ao ocidente e do norte ao sul, proclama-se com o poder do Espírito Santo, que Jesus Cristo vive, que é o Senhor, que está no meio de nós, que nos batiza com seu Espírito e que com ele glorificamos ao Pai dos Céus.
A Renovação, longe de afastar-se das instituições que governam a Igreja, crê nelas e a elas se submete A Renovação tem seu lugar próprio na Igreja; mais ainda, situa-se no coração da Igreja. É uma ação do Espírito Santo (Paulo VI) que vivifica, e constrói a Igreja. "A Renovação Carismática não é um movimento dentro da Igreja; é a Igreja em movimento." (Heribert Mühlen)
Todos os papas aprovaram a RCC. No livro: "Os Papas falam sobre a Renovação Carismática Católica" (Loyola, 1982), vemos claramente a posição da Igreja sobre o assunto. Em 10 de outubro de 1973, o Papa Paulo VI dirigiu-se aos dirigentes da Renovação, reunidos em Roma por ocasião da I Conferência Internacional de Líderes:
"Alegramo-nos convosco, queridos amigos pela renovação espiritual que se manifesta hoje em dia na Igreja, sob diferentes formas e em diversos ambientes. Certas notas comuns aparecem nesta renovação:
- O gosto por uma oração profunda, pessoal e comunitária a Deus;
- Um retorno à contemplação e uma ênfase no louvor a Deus;
- O desejo de entregar-se totalmente a Cristo;
- Uma grande disponibilidade às inspirações do Espírito Santo;
- Uma leitura mais assídua da Bíblia;
- Um amor fraterno mais generoso;
- A vontade de prestar uma colaboração aos serviços da Igreja.
Em tudo isso podemos conhecer a obra misteriosa e discreta do Espírito que é alma da Igreja".

Acrescente-se: a busca pelo desenvolvimento dos Carismas do Espírito Santo, à luz da Igreja, o crescimento dos grupos de oração e da música para o Senhor, uma grande valorização da Sagrada Eucaristia e da adoração ao Santíssimo, a redescoberta do mundo espiritual, e o combate à Nova Era e ao inimigo.
Em 11 de dezembro de 1979, o Papa João Paulo II recebeu em audiência especial o Conselho Internacional da RCC, e disse: "Estou convencido de que este movimento é um importante componente dessa total renovação da Igreja, dessa renovação espiritual da Igreja".

A Renovação no Brasil

No começo dos anos 70, alguns sacerdotes jesuítas, entre eles Pe. Haroldo Hahn e Pe. Sales, começaram a realizar retiros chamados de Experiência do Espírito Santo, mais tarde Experiência de Oração, pelo Brasil todo. Simultaneamente outros padres e leigos, em diversos pontos, começaram também a experimentar um novo ardor na evangelização e nos trabalhos apostólicos.
No início, a Renovação atingiu os líderes já engajados em movimentos como Cursilho, Encontros de Juventude, TLC, etc e gradativamente foi se ampliando como uma nova "onda" de evangelização com identidade própria.
A adesão do Pe. Jonas Abib (Canção Nova) e Pe. Eduardo Dougherty (Associação do Senhor Jesus) logo no início da experiência de Pentecostes no Brasil, deu um alento extraordinário à RCC, que cresceu a partir do trabalho missionário de ambos. Já em 1974, em Itici, era realizado o Primeiro Congresso Nacional da RCC, sob a coordenação do então Pe. Silvestre Scandian (hoje Arcebispo de Vitória - ES) e com a presença do Pe. Robert De Grandis, Fr. João Batista vogel e Fr. Wilfred Tunnick.
Em outras regiões a RCC começa a crescer a partir do Congresso de 1974: no Norte, a diocese de Santarém, com o Frei Paulo; em Anápolis, no Centro Oeste, com o Frei João Batista Vogel; em Pouso Alegre, no Sul de Minas, com Mons. Mauro Tomasini, e poderíamos citar muitos e muitos pontos e pessoas que foram instrumentos para que esta benção fosse acessível a todos: Pe. Schuster; Peter e Ingrid Orglmeister; D. Cipriano Chagas; Cardeal Suenes; Pe. Alírio Pedrini; Frei Antônio; Ir. Tarsila; Maria Lamego, Ir Stelita... e tantos outros missionários do Espírito Santo que espalharam este "fogo" pelo Brasil, cumprindo assim o desejo do Senhor que quer que "toda a terra se abrase".
A RCC no Brasil é uma expressão eclesial, realiza um trabalho pastoral evangelizando através dos Grupos de Oração, principalmente. A experiência de Pentecostes é fundamental para a evangelização, já que a pregação do Evangelho não é "uma demonstração da argumentação e da inteligência humana, mas sim do poder do Espírito Santo" (cf. 1Cor 2,13; 1Tes 1,5).



DONS DO ESPÍRITO - 1 CORÍNTIOS 12,4-11: Sabedoria, Ciência, Fé, Cura, Milagres, Profecia, Discernimento dos Espíritos, Línguas e Interpretação das Línguas.

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO - Não é um Sacramento. Teologicamente, todo membro da Igreja é batizado no Espírito pelo fato de ter recebido os Sacramentos de iniciação cristã. Mas esta expressão, também conhecida como EFUSÃO do Espírito, por outro lado, também diz respeito ao sentido experiencial, consciente, ou seja, que a pessoa vivencia e experimenta do poder, vida e amor de DEUS operante, em sua vida. (Fonte: volume 2 da coleção do Conselho Nacional da RCC, ed. Santuário, Aparecida-SP, 1994).

CARISMA é o dom ou aptidão liberada ou impulsionada pelo Espírito Santo e posta a serviço da edificação do Corpo Místico de Cristo, a Igreja.

Os carismas são dados para o bem comum; OS DONS CARISMÁTICOS PROVOCAM UMA DIFERENÇA SIGNIFICATIVA NA EVANGELIZAÇÃO; os carismas são para todos, e devem estar fundamentados na caridade; os carismas devem ser pedidos com fé, e exercidos na humildade, harmonia e ordem, na obediência a Cristo e às autoridades constituídas.